terça-feira, 22 de novembro de 2011

Iluminismo em Portugal

O Iluminismo é determinado pela revolução intelectual ocasionada por volta dos séculos XVII e XVIII, o qual trazia como lema: liberdade, igualdade e fraternidade, o que influenciou os pensamentos artísticos da época na Europa, e principalmente a Revolução Francesa, a independência das colônias inglesas da América Anglo-Saxônica e no Brasil, a Inconfidência Mineira.
O novo modo de analisar a cientificidade e a racionalidade da época árcade fugia das convenções artísticas da época, já que os escritores retomam as características clássicas, como: bucolismo (busca de uma vida simples, pastoril), exaltação da natureza (refúgio poético, em oposição à vida urbana), pacificidade amorosa (relacionamentos tranqüilos), a mitologia pagã, clareza na escrita com utilização de períodos curtos e versos sem rima. Os poetas árcades são freqüentemente citados como fingidores poéticos, pois escrevem sobre temas que não correspondem com a realidade do período histórico, visto anteriormente.
Um dos principais escritores árcades foi o poeta latino Horácio, que viveu entre 68 a.C. e 8 a.C., e foi influenciador do pensamento do “carpe diem”, viver agora, desfrutar do presente, adotado pelo Arcadismo e permanente até os dias de hoje.
Os principais autores do Arcadismo brasileiro são: Tomás Antônio Gonzaga, Cláudio Manuel da Costa e Santa Rita Durão.

Postado por: Erico Santos

Contexto historico do Arcadismo

Arcadismo se inicia no início do ano de 1700 e por isso recebe o nome também de Setecentismo, ou ainda neoclassicismo. Esta última denominação surgiu do fato dos autores do período imitarem, não de uma forma pura, mas alguns aspectos da antigüidade greco-romana ou o chamado Classicismo, e também os escritores do Renascimento, os quais vieram logo após a idade clássica. O classicismo compreende a época literária do Renascimento, no qual o homem tem a visão antropocêntrica do mundo, ou seja, o homem como centro de todas as coisas. Os renascentistas prezavam as obras clássicas, já que tinham a convicção de que a arte tinha alcançado sua perfeição. Assim como os renascentistas, os escritores árcades pretendiam retomar o estilo clássico, contudo com uma nova maneira, denominada de Neoclássica, de observar as considerações artísticas abordadas naquele período, como a razão e a ciência, conceitos oriundos do Iluminismo.
Por : Erico Santos

suas respectivas ideoligias

O centro do Iluminismo foi a França, onde foi baseado nos salões e culminou com a grande Encyclopédie (1751-1772) editada por Denis Diderot (1713-1784) com contribuições de centenas de líderes filosóficos (intelectuais), tais como Voltaire (1694 -1778) e Montesquieu  (1689-1755). Cerca de 25.000 cópias do conjunto de 35 volumes foram vendidos, metade deles fora da França. As novas forças intelectuais se espalharam para os centros urbanos em toda a Europa, nomeadamente Inglaterra, Escócia, os estados alemães, Países Baixos, Rússia, Itália, Áustria e Espanha, em seguida, saltou o Atlântico em colônias européias, onde influenciou Benjamin Franklin e Thomas Jefferson, entre muitos outros, e desempenhou um papel importante na Revolução Americana. Os ideais políticos influenciaram a Declaração de Independência dos Estados Unidos, a Carta dos Direitos dos Estados Unidos, a Declaração Francesa dos Direitos do Homem e do Cidadão e a Constituição Polaco-Lituana de 3 de maio de 1791

os principais nomes no iluminismo em portugal

A fama do portuguez Manuel Maria Barbosa du Bocage (1765-1805) não se divide apenas em "boa" e "má", isto é, entre a modelar poesia arcadica ou romantica e a malexemplar poesia fescennina: esta mesma é motivo de controversia, a partir do poncto em que foi renegada pelo proprio auctor. Não vou aqui esmiuçar factos e versões de fontes e perversões. Limito-me a resgatar, para divulgação na rede virtual, a parcella expurgada da producção bocageana, tal como fiz com as "obras livres" de Laurindo Rabello, successor de Bocage no Brasil. Ao seleccionar e annotar os sonetos eroticos do lusitano, não pude, sem embargo, manter-me indifferente a uma hypothese apocrypha que vem incommodando alguns biographos e historiadores. Que Bocage era genial não cabe duvida, como não se desmente a vida devassa que dá respaldo a seus versos. O que intriga o pesquisador é a tendencia a attribuir ao maldicto obras que elle mesmo admittia serem de outrem, mas que editores e leitores "preferiam" que fossem delle, seja por admiração ou diffamação. Hoje não dá para propor revisionismos no que ja se tornou lendario. Resta simplesmente registrar algumas auctorias, que, si fossem cabalmente restabelecidas, dariam a entender que pelo menos o sonetario pornographico pertenceria a nomes menos conhecidos, sinão obscuros.

Principais características das produções literárias árcades

O Arcadismo tinha por lema a frase latina Inutilia truncat ("cortar, suprimir as inutilidades"). Visava com isso cortar os exageros, o rebuscamento e a extravagância característicos do Barroco, retornando a um estilo literário mais simples, em que prevalecesse a objetividade do mundo burguês. Os modelos seguidos eram os clássicos greco-latinos e os renascentistas; a mitologia pagã foi retomada como elemento estético.
Inspirados no poeta latino Horácio, os árcades cultivavam o carpe diem, que consiste no princípio de viver o presente, "gozar o dia", pois o tempo corre célere, o fugere urbem ("fugir da cidade"), o abandono dos centros urbanos. Essa postura horaciana casava-se com a teoria do contemporâneo Rousseau acerca do "bom selvagem", ou seja, o ideal de se voltar para a natureza em busca de uma vida simples, bucólica, pastoril. Mas é preciso salientar que esse objetivo configurava apenas um estado de espírito, uma posição política e ideológica, uma vez que todos os árcades viviam em centros urbanos, onde - burgueses que eram - estavam seus interesses econômicos.
Havia, portanto, uma contradição entre a realidade do progresso urbano e o mundo bucólico por eles idealizado. Por isso se justifica falar em fingimento poético no Arcadismo, fato que transparece no uso dos pseudônimos pastoris. O urbano poeta Bocage assume o perfil do rústcio pastor Elmano Sadino;

Postado por : Icaro Silva
Arcadismo em Portugal


Ao contrário do resto da Europa (onde se vivia um forte sistema político absolutista) o Barroco português não se inicia em 1600. Portugal encontra-se nesta época em profunda crise política, econômica e de identidade social; provocada principalmente pela perda do trono para Felipe II de Espanha. A nobreza abandona as cidades, saindo para o campo, levando pequenas cortes consigo, desta forma tentando preservar a identidade sócio-cultural portuguesa. Fechados às influências de Espanha, encontram-se também fechados ao mundo. É nesta época que nasce a Arquitetura Chã.
O Barroco como estilo arquitetônico exige dinheiro que Portugal, após a perda do Brasil para os holandeses, não tinha. A economia não era sustentável porque grande parte da riqueza nacional baseava-se no ouro e nas pedras vindas do Brasil, com as quais se comprava todos os bens de consumo que não eram produzidos no país. Só no fim do século XVII a crise econômica do país melhora, remetendo, no entanto, para uma situação semelhante à do reinado de D. Manuel.

Na continuação da corrente absolutista vivida já no resto da Europa, D. Pedro II depõe o irmão D. Afonso VI, alegando-o incapaz de governar e de comandar o reino.


Arquitetura Barroca


A arquitetura Barroca em Portugal tem uma situação muito particular e uma periodização diferente do resto da Europa. É condicionada por diversos fatores políticos, artísticos e econômicos que originam várias fases e diferentes tipos de influências exteriores, resultando numa mistura original, freqüentemente mal compreendida por quem procura ver arte italiana, mas com formas e caráter próprios.
Inicia-se numa conjuntura complicada, com o esforço financeiro do reino canalizado para a guerra de independência, após 60 anos de reis espanhóis (D. Filipe I, II e III). Outro fator fundamental é a existência da arquitetura Jesuítica, também a chamada Arquitetura Chã. São edifícios basílicas de nave única, capela-mor profunda, naves laterais transformadas em capelas interligadas (pequenas portas de comunicação), interior sem decoração e exterior com portal janelas e muito simples. É um tipo de edifício muito prático, permitindo ser construído por todo o império com pequenas adaptações, e pronto a receber decoração quando se pensar seras da época e o fausto a que o reino chegou. A talha dourada assume características nacionais e posteriormente "joaninas" devido à importância e riqueza dos programas decorativos. A pintura, escultura, artes decorativas e azulejo também atravessam uma época de grande desenvolvimento.
O barroco na verdade não sente grande falta de edifícios porque permite transformar através da talha dourada, (pintura, azulejo, etc.) espaços áridos em aparatosos cenários decorativos. O mesmo se poderia aplicar aos exteriores. Permitem posteriormente aplicar decoração ou simplesmente construir o mesmo tipo de edifício adaptando a decoração ao gosto da época e do local. Prático e econômico.
O Grande Barroco
Após o fim da guerra de restauração da independência e depois da crise de sucessão entre D. Afonso VI e D. Pedro II, Portugal estava pronto para o grande barroco. Inicia-se de modo tímido, fugindo aos modelos maneirista, tentando animar e modernizar as novas construções, recorrendo à planta centrada e a decorações menos austeras, destacando-se a Igreja de Santa Engrácia em Lisboa, de João Nunes Tinoco e João Antunes. Santa Engrácia é um edifício imponente, de formas curvas e geométricas, de planta centrada, coroado por uma imponente cúpula (terminada apenas no século XX), decorado por mármores coloridos e impondo-se à cidade.
No reinado de D. João V o barroco vive uma época de esplendor e riqueza completamente novas em Portugal. Apesar de o terremoto de 1755 ter destruído muitos edifícios, o que chegou aos nossos dias ainda é impressionante. O Paço da Ribeira, a Capela real (destruídos no terremoto) e o Palácio Nacional de Mafra, são as principais obras do rei. O Aqueduto das Águas Livres pretende trazer para Lisboa água numa distancia de cerca de 18 quilômetros, merecendo destaque o destroços sobre o vale de Alcântara devido à monumentalidade dos seus arcos originais e imponência do conjunto. No entanto, um pouco por todo o país são visíveis as marcas da época e o fausto a que o reino chegou. A talha dourada assume características nacionais e posteriormente “joaninas” devido à importância e riqueza dos programas decorativos. A pintura, escultura, artes decorativas e azulejo também atravessam uma época de grande desenvolvimento.
Palácio de Mafra

O Palácio Nacional de Mafra é o mais internacional dos edifícios barrocos portugueses e, no seguimento da moda entre os monarcas europeus, reflete a arquitetura absolutista, iniciada no Palácio de Versalhes em França. Constituído por um palácio real, uma basílica e um convento, resulta de uma promessa feita pelo rei em relação à sua sucessão. Com projeto de João Frederico Ludovice (Johann Friedrich Ludwig), arquiteto alemão estabelecido em Portugal, inicia as obras em 1717 e termina em 1730. É um edifício imenso. Possui na fachada dois torreões, inspirados no desaparecido torreão do Paço da Ribeira, com a basílica ao centro e duas torres sineiras dominadas por uma imponente cúpula. Por trás fica o mosteiro de modo a que não seja visto da rua. O conjunto é visível do mar, funcionando como um marco territorial, e utilizado como residência de verão da corte. Sabe-se que o rei queria construir uma igreja ainda maior que o Vaticano, mas ao saber que foi necessário mais de um século mudou de ideias. No seu conjunto além da basílica destacam-se, ainda, a biblioteca os cinco órgãos da igreja e os dois carrilhões.
Norte de Portugal

No norte de Portugal as construções barrocas são numerosas. Com mais população e maiores recursos econômicos, o norte, nomeadamente as zonas do Porto e de Braga, assistiu a uma renovação arquitectónica, visível numerosa lista de igrejas conventos e palácios da aristocracia. A cidade do Porto (classificada patrimônio da humanidade pela UNESCO) é a cidade do barroco. Destaca-se a obra do muito produtivo Nicolau Nasoni, arquiteto italiano radicado em Portugal, e edifícios originais e de bom enquadramento cenográfico como a igreja e torre dos Clérigos, a galilé da Sé do Porto, Igreja da Misericórdia do Porto, Palácio de São João Novo, Palácio do Freixo, Paço Episcopal do Porto, Templo do Bom Jesus da Cruz em Barcelos e muitos outros.
Literatura barroca em Portugal
A literatura barroca portuguesa foi impressa principalmente em duas antologias: Fênix Renascida e Postilhão de Apolo, que reuniu autores como: D. Francisco Manuel de Melo, Jerônimo Baía, Soror Violante do Céu, António da Fonseca Soares (Frei António das Chagas), D. Tomás de Noronha, Diogo Camacho e António Barbosa Bacelar, Eusébio de Matos, Bernardo Vieira Ravasco, Francisco Rodrigues Lobo e D. Francisco Xavier de Meneses, entre outros. Além desses poetas, destaca-se igualmente o padre Antônio Vieira, que participa tanto da história da literatura portuguesa quanto da literatura brasileira escritora sóror Mariana Alcoforado. 
Postado por : Pollyanna Oliveira

Marquês de Pombal


Sebastião José Carvalho e Melo, filho de Manuel de Carvalho e Ataíde e Tereza Luiza de Mendonça e Mello, conhecido como Marquês de Pombal, nasceu em Lisboa no dia 13 de maio de 1699, foi um político português e verdadeiro dirigente do país, durante o reinado de José I. Estudou na universidade de Coimbra. Em 1738, foi nomeado embaixador em Londres e, cinco anos mais tarde, embaixador de Viena, cargo que ocupou até o ano de 1748.
Em 1750, o rei José I, tendo notado o grande talento do embaixador, o nomeou secretário de Estado (ministro) para assuntos exteriores. Quando um terremoto devastador assolou Lisboa, no dia 1° de novembro de 1755, Pombal organizou as forças de auxílio e planejou sua reconstrução. Naquele mesmo ano, foi nomeado ministro principal e, a partir de então, seus poderes foram quase absolutos, desenvolvendo um programa político de acordo com os princípios do iluminismo. Na medida em que os poderes do futuro marquês aumentavam, crescia também o número de seus inimigos.
Foi o principal responsável pela abolição da escravidão em Portugal, reorganizou o sistema de educação, melhorou as relações com a Espanha e publicou um novo código penal. Além de fortalecer a marinha portuguesa e reorganizar o exército, também como aplicação dos princípios do mercantilismo, introduziu novos colonos nos assentamentos portugueses, fundou a Companhia das Índias Orientais e outras companhias para negociar com o Brasil. A agricultura, o comércio e as finanças melhoraram. Contudo, suas reformas, todas elas emolduradas dentro do conhecido despotismo iluminista, enfrentaram uma grande oposição, especialmente dos jesuítas e da aristocracia.
Em 1758, a vida do rei sofreu um atentado, desta forma, Pombal conseguiu implicar os jesuítas e os nobres. Alguns destes últimos foram torturados até a morte (outros foram executados depois de um breve julgamento, foi o caso da família Távora e do duque de Aveiro). O envolvimento da Companhia de Jesus na Guerra Guaranítica (Rio Grande do Sul) levou Pombal a expulsar os jesuítas de Portugal e do Brasil em 1759. Em 1770, o rei lhe concedeu-lhe o título de marquês.
O poder do marquês de Pombal acabou quando, em 1777, o rei José I faleceu, mais tarde foi declarado culpado de abuso de poder. Expulso da corte, o marquês foi morar em sua propriedade rural, local onde faleceu no dia 8 de maio de 1782.
Postado por : Fabielle Rios


Poesia de Bocage
Poeta lírico neoclássico português, que tinha pretensão a vir a ser um segundo Camões, mas que dissipou suas energias numa vida agitada. Nasceu em Setúbal, em 15/09/1765 e morreu em Lisboa (21/12/1805), aos 40 anos de idade, vítima de um aneurisma. Nos últimos anos o poeta vivia com uma irmã e uma sobrinha, sustentando-as com traduções de livros didáticos. Para viver seus últimos dias, inclusive, teve de valer-se de um amigo (José Pedro da Silva) que vendia, nas ruas de Lisboa, suas derradeiras composições: Improvisos de Bocage na Sua Mui Perigosa Enfermidade e Coleção dos Novos Improvisos de Bocage na Sua Moléstia.
Filho de um advogado, fugiu de casa aos 14 anos para juntar-se ao exército. Foi transferido para a Armada dois anos depois. Como integrante da Academia da Armada Real, em Lisboa, dedicou seu tempo a casos amorosos, poesia e boêmia.
Em 1786 foi enviado, tal qual seu herói Camões, para a Índia (Goa e Damão) e, também como Camões, desiludiu-se com o Oriente. Depois, por vontade própria e à revelia de seus superiores, dirigiu-se a Macau, voltando a Portugal em 1790. Ingressou então na Nova Arcádia — uma academia literária com vagas vocações igualitárias e libertárias —, usando o pseudônimo de Elmano Sadino. Contudo, de temperamento forte e violento, desentendeu-se com seus pares, e suas sátiras a respeito deles levou à sua expulsão do grupo. Seguiu-se uma longa guerra de versos que envolveu a maior parte dos poetas lisboetas.
Em 1797, acusado de heresia, dissolução dos costumes e idéias republicanas, foi implacavelmente perseguido, julgado e condenado, sendo sucessivamente encarcerado em várias prisões portuguesas. Ali realizou traduções de Virgílio, Ovídio, Tasso, Rousseau, Racine e Voltaire, que o ajudaram a sobreviver seus anos seguintes, como homem livre. Ao recuperar a liberdade, graças à influência de amigos, e com a promessa de criar juízo, o poeta, envelhecido, parece ter abandonado a boêmia e zelado até seus últimos momentos por impor aos seus contemporâneos uma imagem nova: a de homem arrependido, digno e chefe de família exemplar. Sua passagem pelo Convento dos Oratorianos (onde é doutrinado, logo após sua saída da cadeia) parece ter contribuído para tal.
Portugal, na época de Bocage, era um império em ruínas, imerso no atraso, na decadência econômica e na libertinagem cortesã, feita às custas da miséria de servos e operários, perpetuando o pantanal cinzento do absolutismo e das atitudes inquisitoriais, da Real Mesa Censória e dos calabouços destinados aos maçons e descontentes.
Ninguém encarnou melhor o espírito da classe dirigente lusitana do fim do século XVIII do que Pina Manique. Ex-policial e ex-juiz, conquistou a confiança dos poderosos, tornando-se o grande senhor do reinado de D. Maria I (só oficialmente reconhecida como louca em 1795), reprimindo com grande ferocidade tudo o que pudesse lembrar as "abomináveis idéias francesas". Graças a ele, inúmeros sábios, cientistas e artistas conheceram o caminho do exílio.
Bocage usou vários tipos de versos, mas fez o melhor no soneto. Não obstante a estrutura neoclássica de sua obra poética, seu intenso tom pessoal, a freqüente violência na expressão e a auto-dramatizada obsessão face ao destino e à morte, anteciparam o Romantismo.
Suas poesias, Rimas, foram publicadas em três volumes (1791, 1799 e 1804). O último deles foi dedicado à Marquesa de Alorna, que passou a protegê-lo.
Os poemas não censurados do autor são geralmente convencionais e bajulatórios, copiando a lição dos mestres neoclássicos e abusando da mitologia, uma espécie de poesia acadêmica feita por e para iniciados. Outra parcela de sua obra é considerada pré-romântica, trazendo para poesia o mundo pessoal e subjetivo da paixão amorosa, do sofrimento e da morte.
Já sua poesia censurada surgiu da necessidade de agradar ao público que pagava: com admirável precisão, o poeta punha o dedo acusador nas chagas sociais de um país de aristocracia decadente, aliada a um clero corrupto, comprometidos ambos com uma política interna e externa anacrônica para aquele momento. Também está presente ali a exaltação do amor físico que, inspirado no modelo natural, varre longe todo o platonismo fictício de uma sociedade que via pecado e imoralidade em tudo o que não fosse convenientemente escondido.
Por : Fabielle Rios


O Arcadismo no Brasil



O Arcadismo no Brasil teve início no ano de 1768, com a publicação do livro “Obras” de Cláudio Manuel da Costa. Nesse período Portugal explorava suas colônias a fim de conseguir suprir seu déficit econômico. A economia brasileira estava voltada para a era do ouro, da mineração e, portanto, ao estado de Minas Gerais, campo de extração contínua de minérios. No entanto, os minérios começaram a ficar escassos e os impostos cobrados por Portugal aos colonos ficaram exorbitantes.



Surgiu, então, a necessidade do Brasil de buscar uma forma de se desvincular do seu explorador. Logo, os ideais revolucionários começaram a se desenvolver no Brasil, sob influências das Revoluções Industrial e Francesa, ocorridas na Europa, bem como do exemplo da independência das 13 colônias inglesas. 


Enquanto na Europa surgia o trabalho assalariado, o Brasil ainda vivia o tempo de escravidão. Há um processo de revoltas no Brasil, contudo, a mais eloquente durante o período árcade é a Inconfidência Mineira, movimento que teve envolvimentos dos escritores árcades, como Tomás Antônio Gonzaga, Alvarenga Peixoto e Cláudio Manuel da Costa, além do dentista prático Tiradentes. 


Como a tendência é do eixo cultural seguir o econômico, os escritores árcades são, na maioria, mineiros e algumas de suas produções literárias são voltadas ao ambiente das cidades históricas mineiras, principalmente Vila Rica. 


O Arcadismo tem como características: a busca por uma vida simples, pastoril, a valorização da natureza e do viver o presente (pensamentos causados por inspiração a frases de Horácio “fugere urbem” – fugir da cidade e “carpe diem”- aproveite o dia). 

Os principais autores árcades são: Cláudio Manoel da Costa, Tomás Antonio Gonzaga, Basílio da Gama, Silva Alvarenga e Frei José de Santa Rita Durão.

Postado por : Joice Ribeiro ;9
A febre do ouro 

Febre do ouro ou corrida do ouro designa um período de migração súbita e em massa de trabalhadores para áreas onde se fez alguma descoberta espectacular de quantidades comerciais de ouro. A mais conhecida ocorreu na Califórnia em 1849.
As febres do ouro constituíram um aspecto da cultura popular do século XIX. Os factores que induziram muitos a abandonar as suas casas, empregos e modos de vida convencionais em busca de ouro são variados:
  • relativas melhorias nas redes de transporte;
  • melhorias nos meios de comunicação, que contribuíram para difundir notícias e rumores;
  • certa insatisfação social;
  • um sistema monetário internacional baseado no padrão-ouro.


Curiosamente, poucos mineiros ficaram ricos, enquanto que os fornecedores dos mesmos e outros comerciantes encontraram a fortuna graças a estes processos.
Zonas em que ocorreram febres do ouro foram:
  • Sul dos Montes Apalaches, nos Estados Unidos, a norte de Atlanta e a oeste de Charlotte; na Geórgia em finais dos anos 30 do século XIX e na Carolina do Norte por volta de 1848.
  • Febre do ouro da Califórnia (em Dezembro de 1848 foi anunciada; mas a grande corrida se deu em 1849).
  • Colorado até final da década de 1850.
  • Austrália (1851).
  • Febre do ouro do Fraser (1858)
  • Norte de Nevada desde 1850.
  • Otago, Nova Zelândia desde 1861.
  • Este de Oregon anos 60 e 70 do século XIX.
  • Montana desde 1863.
  • Terra do Fogo, Argentina e Chile (1883)
  • Transvaal (África do Sul), em 1886. A chegada de mineiros foi um dos factores que alimentaram a Guerra dos Boers.
  • Klondike no Yukón, Canadá (1896).
  • Alaska (1898)
  • Minas Gerais no fim do século XVII e no século XVIII 
Postado por : Joice Ribeiro ;9

INCONFIDÊNCIA MINEIRA

A Inconfidência Mineira, ou Conjuração Mineira, foi uma tentativa de revolta de natureza separatista abortada pela Coroa portuguesa em 1789, na então capitania de Minas Gerais, no Estado do Brasil, em pleno ciclo do ouro, contra, entre outros motivos, a execução da derrama e o domínio português.
Foi um dos mais importantes movimentos sociais da História do Brasil. Significou a luta do povo brasileiro pela liberdade, contra a opressão do governo português no período colonial.
No final do século XVIII, o Brasil ainda era colônia de Portugal e sofria com os abusos políticos e com a cobrança de altas taxas e impostos. Além disso, a metrópole havia decretado uma série de leis que prejudicavam o desenvolvimento industrial e comercial do Brasil. No ano de 1785, por exemplo, Portugal decretou uma lei que proibia o funcionamento de indústrias fabris em território brasileiro.
A Inconfidência Mineira transformou-se em símbolo máximo de resistência para os mineiros, a exemplo da Guerra dos Farrapos para os gaúchos, e da Revolução Constitucionalista de 1932 para os paulistas. A Bandeira idealizada pelos inconfidentes foi adotada por Minas Gerais.

Antecedentes 

Na segunda metade do século XVIII a Coroa portuguesa intensificou o seu controle fiscal sobre a sua colônia na América do Sul, proibindo, em 1785, as atividades fabris e artesanais na Colônia e taxando severamente os produtos vindos da Metrópole. Desde 1783 fora nomeado para governador da capitania de Minas Gerais D. Luís da Cunha Meneses, reputado pela sua arbitrariedade e violência. Somando-se a isto, desde o meado do século as jazidas de ouro em Minas Gerais começavam a se esgotar, fato não compreendido pela Coroa, que instituiu a cobrança da "derrama" na região, uma taxação compulsória em que a população de homens-bons deveria completar o que faltasse da cota imposta por lei de 100 arrobas de ouro (1.500 kg) anuais quando esta não era atingida.

Causas 

Vale lembrar também que, neste período, era grande a extração de ouro, principalmente na região de Minas Gerais. Os brasileiros que encontravam ouro deviam pagar o quinto, ou seja, vinte por cento de todo ouro encontrado acabava nos cofres portugueses. Aqueles que eram pegos com ouro “ilegal” (sem ter pagado o imposto”) sofria duras penas, podendo até ser degredado (enviado a força para o território africano).
 Com a grande exploração, o ouro começou a diminuir nas minas. Mesmo assim as autoridades portuguesas não diminuíam as cobranças. Nesta época, Portugal criou a Derrama. Esta funcionava da seguinte forma: cada região de exploração de ouro deveria pagar 100 arrobas de ouro (1500 quilos) por ano para a metrópole. Quando a região não conseguia cumprir estas exigências, soldados da coroa entravam nas casas das famílias para retirarem os pertences até completar o valor devido.
 Todas estas atitudes foram provocando uma insatisfação muito grande no povo e, principalmente, nos fazendeiros rurais e donos de minas que queriam pagar menos impostos e ter mais participação na vida política do país. Alguns membros da elite brasileira (intelectuais, fazendeiros, militares e donos de minas), influenciados pela idéias de liberdade que vinham do iluminismo europeu, começaram a se reunir para buscar uma solução definitiva para o problema: a conquista da Independência do Brasil.

Conseqüências 

A Inconfidência Mineira transformou-se em símbolo máximo de resistência para os mineiros, a exemplo da Guerra dos Farrapos para os gaúchos, e da Revolução Constitucionalista de 1932 para os paulistas. A Bandeira idealizada pelos inconfidentes foi adotada pelo estado de Minas Gerais.



Os inconfidentes 

O grupo, liderado pelo alferes Joaquim José da Silva Xavier, conhecido por Tiradentes era formado pelos poetas Tomas Antonio Gonzaga e Cláudio Manuel da Costa, o dono de mina Inácio de Alvarenga, o padre Rolim, entre outros representantes da elite mineira. A idéia do grupo era conquistar a liberdade definitiva e implantar o sistema de governo republicano em nosso país. Sobre a questão da escravidão, o grupo não possuía uma posição definida. Estes inconfidentes chegaram a definir até mesmo uma nova bandeira para o Brasil. Ela seria composta por um triangulo vermelho num fundo branco, com a inscrição em latim: Libertas Quae Sera Tamen (Liberdade ainda que Tardia).

Tiradentes: líder da Inconfidência Mineira
 
Os inconfidentes haviam marcado o dia do movimento para uma data em a derrama seria executada. Desta forma, poderiam contar com o apoio de parte da população que estaria revoltada. Porém, um dos inconfidentes, Joaquim Silvério dos Reis, delatou o movimento para as autoridades portuguesas, em troca do perdão de suas dívidas com a coroa. Todos os inconfidentes foram presos, enviados para a capital (Rio de Janeiro) e acusados pelo crime de infidelidade ao rei. Alguns inconfidentes ganharam como punição o degredo para a África e outros uma pena de prisão. Porém, Tiradentes, após assumir a liderança do movimento, foi condenado a forca em praça pública.

Embora fracassada, podemos considerar a Inconfidência Mineira como um exemplo valoroso da luta dos brasileiros pela independência, pela liberdade e contra um governo que tratava sua colônia com violência, autoritarismo, ganância e falta de respeito.
Curiosidades
 
Na primeira noite em que a cabeça de Tiradentes foi exposta em Vila Rica, foi furtada, sendo o seu paradeiro desconhecido até aos nossos dias.
Tratando-se de uma condenação por inconfidência (traição à Coroa), os sinos das igrejas não poderiam tocar quando da execução. Afirma a lenda que, mesmo assim, no momento do enforcamento, o sino da igreja local soou cinco badaladas.
A casa de Tiradentes foi arrasada, o seu local foi salgado para que mais nada ali nascesse, e as autoridades declararam infames todos os seus descendentes.
Tiradentes jamais teve barba e cabelos grandes. Como alferes, o máximo permitido pelo Exército Português seria um discreto bigode. Durante o tempo que passou na prisão, Tiradentes, assim como todos os presos, tinha periodicamente os cabelos e a barba aparados, para evitar a proliferação de piolhos, e, durante a execução estava careca com a barba feita, pois o cabelo e a barba poderiam interferir na ação da corda.

Postado por: Raissa Silva

domingo, 20 de novembro de 2011

Principais representantes

A) POESIA LÍRICA

1. CLÁUDIO MANUEL DA COSTA (1729 - 1789)
Obras: Obras poéticas (1768), Vila Rica (1839)

Poeta de transição.
Reconhece e admira os princípios estéticos do Arcadismo, aos quais pretende se filiar,
Mas não consegue vencer as fortes influências barrocas e camonianas que marcaram a sua juventude intelectual.
Racionalmente um árcade,
Emotivamente um barroco

Sobre ele:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cl%C3%A1udio_Manuel_da_Costa

2. TOMÁS ANTÔNIO GONZAGA (1744-1810)

Obras: Marília de Dirceu (Parte I - 1792; Parte II - 1799; Parte III - 1812), Cartas Chilenas (1845)
Uma das obras líricas mais estimadas e lidas no país, Marília de Dirceu permite duas abordagens igualmente válidas. A primeira mostra-a como o texto árcade por excelência. A segunda aponta para sua dimensão pré-romântica.

Pastoralismo
Galanteria
Clareza
Recusa em intensificar a subjetividade
Racionalismo neoclássico que transforma a vida num caminho fácil para as almas sossegadas

Eis alguns dos elementos que configuram o Arcadismo nas liras de Tomás Antônio Gonzaga, especialmente as da primeira parte do livro, produzidas ainda em liberdade

Um pastor (que é o poeta) celebra, em tom moderadamente apaixonado, as graças da pastora Marília, que conquistou o seu coração:

Tu, Marília, agora vendo
Do Amor o lindo retrato
Contigo estarás dizendo
Que é este o retrato teu.
Sim, Marília, a cópia é tua,
Que Cupido é Deus suposto:
Se há Cupido, é só teu rosto
Que ele foi quem me venceu.

Percebe-se no poema
Enquadramento dos impulsos afetivos dentro do amor galante
Longe do passionalismo romântico
Expressão sentimental vale-se de alegorias mitológicas
Conjunto de frases feitas sobre os encantos da amada, sobre as qualidades do pastor
Dirceu e sobre a felicidade do futuro relacionamento entre ambos.
Conforme o gosto do período, há um esforço para cantar as qualidades da vida em família, do casamento, das módicas alegrias que sustentam um lar.
O Desejo da Vida Comum ("Aurea Mediocritas")

Sobre o autor:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Tom%C3%A1s_Ant%C3%B4nio_Gonzaga


B) POESIA ÉPICA

1. BASÍLIO DA GAMA (1741 -1795)
Obra: O Uraguai

O esforço neoclássico do século XVIII leva alguns autores a sonhar com a possibilidade de um retorno ao sentido épico do mundo antigo.

No entanto, numa era onde as concepções burguesas, o racionalismo e a Ilustração triunfam, o heroísmo guerreiro ou aventureiro parecem irremediavelmente fora de moda. A epopéia ressurge, é verdade, mas quase como farsa.

Sobre o autor:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Bas%C3%ADlio_da_Gama

2. SANTA RITA DURÃO (1722-1784) ou Frei José de Santa Rita Durão

Sobre ele:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Santa_Rita_Dur%C3%A3o

Obra: Caramuru (1781)
Introdução de paisagens tropicais

Postado por: Kimbelly Oliveira ;*

Tomás Antônio Gonzaga


Retrato do poeta luso-brasileiro
Tomás Antônio Gonzaga -
 feito com base em gravura do século XIX
Ele nasceu em Miragaia, freguesia da cidade portuguesa do Porto, em prédio hoje devidamente assinalado. Era filho de mãe portuguesa (de ascendência inglesa, Tomásia Isabel Clark) e pai nordestino(João Bernardo Gonzaga). Órfão de mãe no primeiro ano de vida, mudou-se com o pai, magistrado brasileiro para Pernambuco em1751 depois para a Bahia, onde estudou no Colégio dos Jesuítas. Em 1761, voltou a Portugal para cursar Direito na Universidade de Coimbra, tornando-se bacharel em Leis em 1768. Com intenção de lecionar naquela universidade, escreveu a tese Tratado de Direito Natural, no qual enfocava o tema sob o ponto de vista tomista, mas depois trocou as pretensões ao magistério superior pela magistratura. Exerceu o cargo de juiz de fora na cidade de Beja, em Portugal. Quando voltou ao Brasil, em 1782, foi nomeado Ouvidor dos Defuntos e Ausentes da comarca de Vila Rica, atual cidade de Ouro Preto, então conheceu a adolescente de apenas dezesseis anos Maria Doroteia Joaquina de Seixas Brandão, a pastora Marília em uma das possíveis interpretações de seus poemas, que teria sido imortalizada em sua obra lírica (Marília de Dirceu) - apesar de ser muito discutível essa versão, tendo em vista as regras retórico-poéticas que prevaleciam no século XVIII, época em que o poema fora escrito.

Durante sua permanência em Minas Gerais, escreve Cartas Chilenas, poema satírico em forma de epístolas, uma violenta crítica ao governo colonial. Promovido a desembargador da relação da Bahia em 1786, resolve pedir em casamento Maria Doroteia dois anos depois. O casamento é marcado para o final do mês de maio de 1789. Como era pobre e bem mais velho que ela, sofreu oposição da família da noiva.
Por seu papel na Inconfidência Mineira ou Conjuração Mineira (primeira grande revolta pró-independência do Brasil), trabalhando junto de outros personagens dessa revolta como: Cláudio Manoel da Costa, Silva Alvarenga e Alvarenga Peixoto, é acusado de conspiração e preso em1789, cumprindo sua pena de três anos na Fortaleza da Ilha das Cobras, no Rio de Janeiro, tendo seus bens confiscados. Foi, portanto, separado de sua amada, Maria Doroteia. Permanece em reclusão por três anos, durante os quais, teria escrito a maior parte das liras atribuídas a ele, pois não há registros de assinatura em qualquer uma de suas poesias. Em 1792, sua pena é comutada em degredo, a pedido pessoal de Marília à rainha de Portugal e o poeta é enviado a costa oriental da África, a fim de cumprir, em Moçambique, a sentença de dez anos.
No mesmo ano é lançada em Lisboa a primeira parte de Marília de Dirceu, com 33 liras (nota-se que não houve participação, portanto, do poeta na edição desse conjunto de liras, e até hoje não se sabe quem teria feito, provavelmente irmãos de maçonaria). No país africano trabalha como advogado e hospeda-se em casa de abastado comerciante de escravos, vindo a se casar em 1793 com a filha dele, Juliana de Sousa Mascarenhas ("pessoa de muitos dotes e poucas letras"),com quem teve dois filhos: Ana Mascarenhas Gonzaga, filha de dona Juliana anterior ao seu casamento com Tomás Antônio Gonzaga, a quem este lhe seu seu nome, e Alexandre Mascarenhas Gonzaga, vivendo depois disso, durante quinze anos, rico e considerado, até morrer em 1810, acometido por uma grave doença. Em 1799, é publicada a segunda parte de Marília de Dirceu, com mais 65 liras. No desterro, ocupou os cargos de procurador da Coroa e Fazenda, e o de juiz de Alfândega de Moçambique (cargo que exercia quando morreu). Gonzaga foi muito admirado por poetas Romantismo/românticos como Casimiro de Abreu e Castro Alves. É patrono da cadeira de número 37 da Academia Brasileira de Letras.
A data de sua morte não é uma data certa, mas sabe-se que ele veio a falecer entre 1809 e 1810.

Postado por : Monique Souza

Marília de Dirceu

Vila Rica (atual Ouro Preto) serve de
fundo para Marília menina imaginada
pelo pintor Guignard.
É considerado o principal trabalho de Tomás Antônio Gonzaga , são as liras de Marília de Dirceu.. esta obra, inspirada em seu romance com Maria Dorotéia, apresenta duas partes distintas, Na primeira, Gonzaga se posiciona como um abastado pastor que cultiva o ideal de vida campestre, vive intensamente o momento (CARPE DIEM) e pinta, por meio de palavras, a  natureza a Marília, a mulher amada. No entanto, o tom do discurso poético sofre sensível alteração ao longo da obra, tendo como divisor de águas a prisão do poeta. Se antes da cadeia, discorre sobre a iniciação amorosa, o namoro, a felicidade do amante, os sonhos de uma família, a defesa da tradição e da propriedade, sempre numa postura patriarcalista, depois faz uma série de reflexões que tratam tanto da justiça dos homens (ele se considera inocente, portanto, injustiçado) quanto dos caminhos do destino e da eterna consolação no amor que sente por Marília.




Postado por : Monique Souza

Cartas Chilenas

Cartas Chilenas é um conjunto de poemas, escritos em versos decassílabos e brancos, e circularam anonimamente em Vila Rica, entre 1787 e 1788, seus versos assumem um tom satírico. 
É uma obra satírica, constituindo poema truncado e inacabado (13 cartas), na qual um morador de Vila Rica ataca a corrupção do Governador Luís da Cunha Menezes. Aponta as irregularidades de seu governo, configurando o ambiente de Vila Rica ao tempo da preparação política da Inconfidência Mineira. Em julho deste ano de 1878, Cunha Menezes deixaria o governo de Minas, em favor do Visconde de Barbacena.
A matéria é toda referente à tirania e ao abuso de poder do Governador Fanfarrão Minésio, versando a sua falta de decoro, venalidade, prepotência e, sobretudo, desrespeito à lei. Afirmam alguns que o poema circulava largamente em Vila Rica em cópias manuscritas.
Critilo (Tomás Antônio Gonzaga) aplica-se de tal modo na sátira, que a beleza mal o preocupa. Os versos brancos concentram-se no ataque. Sente-se um poeta capaz de escrever no tom familiar que caracteriza o realismo dos neoclássicos, com certa inclinação para a pintura da vida doméstica.

Postado por: Monique Souza ;*

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Cláudio Manuel da Costa

O advogado Cláudio Manuel da Costa, em sia postura arcade, sob o pseudônimo de Glauceste Satúrnio, cultivou a poesia bucólica, postoril, na qual menciona a natureza como refúgio:


" Sou pastor; não te nego; os meus montados
São esses, que ai vês; vivo contente
Ao trazer entra a relva florescente 
A doce companhia dos meus gados"

A  poesia dos inconfidentes - poesia completa de 
Cláudio Manuel da Costa, Tomás Antônio Gonzaga e 
Alvarenga Peixoto. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1996.

Seus sonetos, neoclássicos, perfeitos na forma e linguagem, de marcante influência camoniana, apresentam tema que giram em torno das reflexões morais e das contradições da vida.
A influência camoniana não se revela apenas na poesia lírica: Cláudio Manuel da Costa escreveu o poema épico "Vila Rica", no qual exalta os bandeirantes que fundaram cidades de Minas Gerais.
Filho de João Gonçalves da Costa, português, e Teresa Ribeira de Alvarenga, mineira, nasceu no sítio da Vargem do Itacolomi, freguesia da vila do Ribeirão do Carmo, atual cidade de Mariana em Minas Gerais.
Em 1749, aos vinte anos de idade, embarcou para Portugal, matriculando-se na Universidade de Coimbra, onde obteve o Bacharelato emCânones.
Entre 1753 e 1754, retornou ao Brasil, dedicando-se à advocacia em Vila Rica (atual Ouro Preto). Jurista culto e renomado à época, ali exerceu o cargo de procurador da Coroadesembargador, e, por duas vezes, o de secretário do Governo. Por incumbência da Câmara de Ouro Preto elaborou a "Carta Topográfica de Vila Rica e seu termo" (1758).
Por sua idade, boa lição clássicafama de doutor e crédito de autor publicado, exerceu uma espécie de magistério entre os seus confrades em musa, maiores e menores, uma vez que todos lhe liam as suas obras e lhe escutavam os conselhos. Foi, assim, uma das principais figuras da Capitania.
Aos sessenta anos de idade foi envolvido na chamada Conjuração Mineira. Detido e, para alguns, apavorado com as conseqüências da acusação de réu de inconfidência, morreu em circunstâncias obscuras, em Vila Rica, no dia 4 de julho de 1789, quando teria cometido suicídio por enforcamento na prisão.
Os registros da trajetória da vida de Cláudio revelam uma bem sucedida carreira no campo políticoliterário e profissional. Foi secretário de governo, poeta admirado até em Portugal e advogado dos principais negociantes da capitania no seu tempo. Acumulou ampla fortuna e sua casa em Vila Rica, era uma das melhores vivendas da capital. Sólida e construção que ainda lá está a desafiar o tempo.
memória de Cláudio Manuel da Costa, porém, não teve a mesma sorte. Até hoje paira sobre ele a suspeita de ter sido um miserávelcovarde que traiu os amigos e se suicidou na prisão[carece de fontes]. Outros negam até a própria relevância da sua participação nainconfidência mineira, pintando-o como um simples espectador privilegiado, amigo de Tomás Antônio Gonzaga e Alvarenga Peixoto, freqüentadores assíduos dos saraus que ele promovia.
Cláudio tentou, ele próprio, diminuir a relevância da sua participação na conspiração, mas estava apenas tentando reduzir o peso da suaculpa diante dos juizes da devassa. Os clássicos da historiografia da inconfidência mineira são unânimes em valorizar sua participação no movimento. Parece que ele era meio descrente com as chances militares da conspiração. Mas não deixou de influenciar no lado mais intelectualizado do movimento, especialmente no que diz respeito à construção do edifício jurídico projetado para a república que pretendiam implantar em Minas Gerais, no final do século XVIII.
De qualquer modo José Pedro Machado Coelho Torres, juiz nomeado para a Devassa de 1789 em Minas Gerais, dele diz o seguinte: "O dr. Cláudio Manoel da Costa era o sujeito em casa de quem se tratou de algumas coisas respeitantes à sublevação, uma das quais foi a respeito da bandeira e algumas determinações do modo de se reger a República: o sócio vigário da vila de S. José é quem declara nas perguntas formalmente"...(Anais da Biblioteca Nacional, 1º vol. pg. 384).
É patrono da Academia Brasileira de Letras.

Morte: assassinato ou suicídio?

O ponto mais crítico da biografia do poeta inconfidente vem a ser a suspeita do seu suicídio. Sua morte está cercada de detalhes obscuros. Há mais de duzentos anos que o assunto suscita debates e há argumentos de peso tanto a favor como contra a tese do suicídio. Os partidários da crença de que Cláudio Manuel da Costa tenha se suicidado se baseiam no fato de que ele estava profundamente deprimido na véspera da sua morte.
Isso está estampado no seu próprio depoimento, registrado na Devassa. Além disso, seu padre confessor teria confirmando seu estado depressivo a um frade que trouxe o registro à luz. Os partidários da tese de que Cláudio tenha sido assassinado, contestam tanto a autenticidade do depoimento apensado aos autos da Devassa, quanto a honestidade do registro do frade.
Quem acredita na tese do assassinato se baseia em um argumento principal: o próprio laudo pericial que concluiu pelo suicídio. Pelo laudo, o indigitado poeta teria se enforcado usando os cadarços do calção, amarrados numa prateleira, contra a qual ele teria apertado o laço, forçando com um braço e um joelho. Muitos acreditam ser impossível alguém conseguir se enforcar em tais circunstâncias.
O historiador Ivo Porto de Menezes relata que ao organizar antigos documentos relativos à Igreja Matriz de Nossa Senhora do Pilar de Ouro Preto, em 1957 ou 1958, encontrou no livro de assentos dos integrantes da Irmandade de São Miguel e Almas, a anotação da admissão de Cláudio Manuel e à margem a observação de que havia "sufragado com 30 missas" a alma do falecido, e "pago tudo pela fazenda real". De igual forma procedera a Irmandade de Santo Antônio, que lançou em seu livro: "falecido em julho de 1789. E feitos os sufrágios." Relembra que havia à época proibição de missas pelos suicidas.
Também Jarbas Sertório de Carvalho, em ensaio publicado na Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, defende com boa documentação a tese do assassinato.
Há ainda quem acredite que o próprio governador, Visconde de Barbacena, esteve envolvido na conspiração e Cláudio teria sido eliminado por estar disposto a revelar isso. Mas o fato é que somente a tese do suicídio pôde se lastrear em documentos, ainda que duvidosos quanto a sua honestidade e veracidade, como bem salientam os adeptos da tese de assassinato.
Ainda noutro ensaio "Inconfidência Mineira- As Várias faces", Júlio José Chiavenato lança um dado que reforça a tese da farsa montada do "suicídio" de Cláudio Manuel da Costa. Na tarde do mesmo dia em que o advogado é preso, são assassinados no sítio da Vargem a sua filha, o genro e outros familiares, bem como alguns escravos e roubados todos os seus bens. O Visconde de Barbacena só informou Lisboa da morte de Cláudio Manuel da Costa a 15 de julho, onze dias depois de ter ocorrido e quando dera conhecimento a Lisboa do seu interrogatório a 11 de Julho, sem nunca referir o facto. Se a morte do alferes (Tiradentes) não causaria embaraços em Lisboa a de Cláudio e da sua família poderia causar, daí a necessidade da farsa ser montada.
Dez dias depois da sua morte, a população de Paris tomava a fortaleza da Bastilha, marcando o início do fim da dinastia dos gloriosos Luíses de França. Começava a tomar corpo então, um projeto político, sonhado pelo próprio Cláudio Manuel da Costa para seu país. Demoraria, no entanto, mais trinta anos para que o Brasil se tornasse liberto de Portugal. Cem anos a mais seriam necessários para a realização da segunda parte do sonho, a implantação do regime republicano no Brasil.
Postado por: Kimbelly Oliveira ;*

Basílio da Gama

José Basílio da Gama (São José do Rio das Mortes, 8 de abril de 1741 - Lisboa31 de julho de 1795) foi um poeta brasileiro.Nasceu no então arraial de São José do Rio das Mortes, depois São José d'El Rei, hoje cidade de Tiradentes, em Minas Gerais. O seu pai foi Manuel da Costa Vila-Boas,capitão-mor do Novo Descobrimento, e uma neta do oficial militar Leonel da Gama Belles.
Em 1757, já órfão de pai, começou a frequentar o Colégio dos Jesuítas no Rio de Janeiro. Quando, dois anos depois, em 1759, Gomes Freire de Andrade, 1.º Conde de Bobadela, ordenou fechar o colégio, como parte da campanha de perseguição movida pela Coroa de Portugal contra a Companhia de Jesus, o jovem Basílio manteve-se fiel à sua vocação e seguiu para Roma, à procura do apoio da Igreja para a sua fé.
Entre os anos de 1760 e 1766 foi admitido, graças ao poeta Michel Giuseppe Morei na Arcádia Romana, com o psudônimo de "Termindo Sipilio". O fato de um poeta da Colônia ter sido admitido em uma agremiação tão importante quanto a Arcádia Romana pressupõe que, quase certamente, ele teria sido recomendado pelo clero jesuítico português.
No decorrer de 1768 está de novo no Brasil, na cidade do Rio de Janeiro, mas retorna à Europa, dirigindo-se para Coimbra. Nesta ocasião foi detido em Lisboa, acusado de simpatia para com os jesuítas. Em troca da liberdade, prometeu às autoridades ir viver em Angola. Logo em seguida, buscando evitar o degredo, capitulou diante do poder exercido pelo futuro Marquês de Pombal, responsável direto pela perseguição aos jesuítas.
Basílio escreveu então um epitalâmio, dedicado à filha do Marquês, exaltando-o, vindo a cair, em 1769, nas graças deste. No mesmo ano foi publicado poema épico "O Uraguai", dedicado a Francisco Xavier de Mendonça Furtado, irmão de Pombal, onde se percebe o intuito de agradar o homem forte de Portugal daquele tempo. Além dos guerreiros portugueses, os Guaranis são tratados de maneira positiva pelo autor, cabendo unicamente aos jesuítas o papel de vilões, por serem contrários à política pombalina, retratados como interessados em ludibriar os indígenas.
Por essa época estreita-se a sua ligação com Pombal, de forma que se torna oficial administrativo e secretário deste. Com a queda política de seu protetor, Basílio passou a sofrer perseguições políticas, sendo obrigado a se deslocar da Corte para a Colônia do Brasil e vice-versa, como forma de se livrar de arbitrariedades cometidas contra si.
Num período em que estava em Lisboa veio a falecer, em 31 de julho de 1795, tendo sido sepultado na Igreja da Boa Hora.
Obras: 
  • Epitalâmio às núpcias da Sra. D. Maria Amália (1769)
  • O Uraguai (1769)
  • A declamação trágica (1772), poema dedicado às belas artes
  • Os Campos Elíseos (1776)
  • Relação abreviada da República e Lenitivo da saudade (1788)
  • Quitúbia (1791)



Postado por: Kimbelly Oliveira ;*